terça-feira, setembro 28, 2004

Só para publicitar...

Uma versão adaptada do meu texto sobre o aborto estará a partir de hoje e até à próxima segunda-feira disponível como uma parte integrante do DN Jovem. Não tem nada de novo que não possa ser visto neste blog (na verdade até tem menos, porque fui obrigado a cortar uma parte do texto original por questões de espaço mínimo) simplesmente foi uma forma de divulgação (teoricamente) mais alargada e uma nova experiência para mim. Quem comprou o DN de sábado teve ocasião de ver o meu nome no cabeçalho da página dedicada ao DN Jovem, apesar de o meu texto não ter sido impresso (quiçá, por ter ultrapassado em muito o limite de palavras...).

Reforço aqui a ideia de que aquilo é uma análise ética sobre a questão, partindo de uma ideia muito clara: o meu desacordo com a actual definição de "sujeito" e de "pessoa", com as subsequentes implicações para o caso.

Têm aqui o link para o dito artigo!

Fraternalmente,
Prometeu

domingo, setembro 26, 2004

Porquê? 'Cuz it's not worth it!

Se se perguntam porque é que eu ainda não trovejei contra o Governo por causa das colocações, ou porque é que não comento as eleições, eu respondo. Porque não vale a pena. Porque estar a dizer que o Governo fez asneira com as colocações é dizer uma verdade à Monsieur de la Palisse... Porque as eleições do PS são tão desinteressantes para o estado da política como a vida de uma formiga é para o clima mundial.

Crêem porventura que estas coisas têm uma importância inusitada? A primeira ocorrência serve para mostrar a incompetência a que estamos habituados; a segunda é apenas um passar de testemunho... só muda o atleta, porque a meta e o dito testemunho são os mesmos de sempre... Tudo concorre para a manutenção do poder oligárquico, seja este ou aquele o cabeça-de-cartaz.

Querem mudar? Mudem. Não esperem que os outros mudem por vocês, mudem vocês! Quem tiver paciência para tal, escute a música "Até quando?" de Gabriel, o Pensador até ao fim.

Prometeu

O Fenómeno dos Blogues em Portugal

O Fenómeno dos Blogues em Portugal

Um blog que apresenta um estudo sobre o Fenómeno dos Blogues em Portugal, tendo como base uma tese de Licenciatura da autora. Será uma interessante forma de analisar este fenómeno no qual nós estamos incluídos e do qual fazemos parte.

Este é, por ser uma parte da Internet, um quase universo paralelo, uma forma da mais completa livre expressão que existe, sem quaisquer entraves, e que permite o crescimento das ideias mais díspares imagináveis. As consequências sobre o mundo real são ainda poucas ou nenhumas, mas existe sempre a consequência mais geral que não é palpável: a da mudança e/ou consolidação das formas de pensar da generalidade das pessoas. Os blogs devem ser um meio de espalhar conhecimento, ou pelo menos assim os perspectivo. Porém, de uma formação ideológica, falta passar a uma acção real. É claro que esta é desaconselhável sem aquela, é claro que as palavras serão sempre o principal meio de crescimento interno, mas teremos de decidir, o mais cedo possível, quando aliar à prática uma teoria que temos vindo a desenvolver.

Fraternalmente,
Prometeu

segunda-feira, setembro 20, 2004

Não há dinheiro!!

...A não ser para gastar 20 milhões de euros a comprar 5 aviões. Sim, nós precisamos de melhorar a nossa vigilância na costa... mas não estamos em contenção de despesa?! É claro que se pode pôr os professores às avessas, negligenciar um país que sofre, mas não se pode poupar na Defesa!! Submarinos, aviões... ele quer-se defender de quem?!?!?!

Prometeu

quarta-feira, setembro 15, 2004

Impressão?

É impressão minha, ou será que por vezes se esgotam as novidades sobre o Mundo (político) e ficamos a remorder o mesmo osso? O que se faz no silêncio?

Bom, para combater o silêncio, só mesmo música. Como esta!

Abraço fraternal,
Prometeu

quarta-feira, setembro 08, 2004

Home, sweet home

PUBLICO.PT - Satélite da AEE prevê regresso do buraco do ozono

É isto que me faz ter vergonha de ser humano e medo de ter a mandar no mundo um país que não assina o Tratado de Quioto e que, por cima aumenta em cerca de 20% as suas emissões de dióxido de carbono...

Chorem pela Terra que destruímos... e que continuamos a destruir; nós, o único animal que parece desconhecer a mínima harmonia com a natureza.

Prometeu

segunda-feira, setembro 06, 2004

Política... religião... mas que grande confusão!!

Diario de Notícias: "Van der Laan, que anunciou estar em Portugal em nome do seu partido, considera que «a Comissão Europeia tem o dever de analisar a proibição do Governo português em relação ao barco da Women on Waves e perceber se as leis europeias foram ou não violadas», e espera que da discussão do caso em Estrasburgo saia uma condenação da atitude portuguesa. «Não era esta a ideia que tinha de Portugal. É muito estranho que o país responda com o envio de um barco de guerra: vindo de um governo que se diz democrata-cristão, não me parece democrata nem cristão»."

Ora bem, eu vou explicar o motivo pelo qual fiquei perturbado a ler isto (e já agora, desculpem lá estar a linkar para o mesmo artigo do outro post, mas são dois assuntos diferentes que não quis misturar). Eu pensei que Portugal era um Estado laico. Mas afinal Portugal é um país "democrata-cristão"! Olha que lindo... Façam o favor de me explicar porque é que este senhor mistura numa designação duas coisas horrivelmente diferentes? Que as duas características pertençam ao nosso amigo Portas e Cia, não duvido, mas dizer que isso é uma qualidade intrínseca do Estado, por amor de... da Liberdade! A Democracia, não a vejo; e quanto a o país não parecer cristão, discordo: só realmente alguém filiado a tais ideologias religiosas é que consegue fazer as atrocidades que aqui se fazem e depois ir para a cama pedindo desculpa a Deus, crente que o dito cujo tudo perdoa!

Um dia ainda hão-de inventar o verdadeiro laicismo... até lá, deixem-me em animação suspensa, por favor! É que, parecendo que não, ler uma coisa destas custa, e custa bastante...

Prometeu

Women on Waves vs Cherne Europeu

Diario de Notícias: "«O caso 'Borndiep' é o primeiro grande teste a Barroso» "

E como será que podemos esperar que o Barroso resolva este tal grande desafio (ver link em cima)? Será que ele vai fazer alguma coisa? Quem quer apostar? Eu diria que não. Afinal de contas, o probrezinho foi para lá para "defender os interesses de Portugal". Que figura faria ele agora se fosse contrariar uma decisão do Governo? Pois, têm razão, faria a (má) figura do costume, mas ainda assim não me parece que ele vá fzer alguma coisa a menos que seja bastante pressionado. Faz lembrar um outro nosso amigo (cof-cof Sampaio cof-cof: desculpem a tosse) que também não mexe uma palha nem para salvar a vida. A única coisa que ele faz é acordar momentaneamente da sua letargia nuns assomos de indignação que deve curar à conta de soporíferos...

Prometeu

sábado, setembro 04, 2004

A súmula perfeita

Tadechuva: - Vamos lá a pensar frio!

Assim deixo um tributo ao "Tadechuva", blog excelso do nosso universo bloguístico, que neste post demonstra umas belas verdades. Sigam o link porque vale mais do que a pena!

Prometeu

Quem é quem? - parte 2

Estes tipos são tão engraçados...Para Putin, o sequestro em Beslan, levado a cabo por um comando pró-tchetcheno, não pode ser dissociado do terrorismo internacional “que intervem directamente na Rússia, promovendo uma guerra total, cruel e poderosa, que uma e outra vez mata os nossos concidadãos”.

A guerra é que os mata... Bela maneira de dizer que pela segunda vez em tempos recentes o exército matou mais inocentes que os terroristas. É claro que depois a culpa é dos terroristas! Ah, e para quem diz que "não estava preparado" agiram com bastante prontidão... e força! Já agora, onde é que está a dita comunidade internacional quando é preciso? Ninguém condena este massacre?

Prometeu

Quem é quem?

Bem!! Aquilo é que foi acção!! Os soldados tchetchenos a lutarem contra os terroristas russos... Não, esperem... Os soldados russos a lutarem contra os terroristas tchetchenos... ora bolas, estou confuso! Afinal, tenho que ter mais medo de um movimento que luta por liberdade ou de um exército que ataca os seus concidadãos sem apelo nem agravo?

Imaginem a Rússia e os E.U.A. a lutarem contra o terrorismo em total união... não sobrava um único humano vivo no fim, é o que é!!

Prometeu

quinta-feira, setembro 02, 2004

Aborto - outra perspectiva

Em primeiro lugar, quero pedir desculpa aos leitores de "O Fogo de Prometeu" pela minha ausência, que se explica, em parte, por uma grande dose de preguiça (também tenho direito!) e por outro lado, pela falta de actualidades realmente controversas, que são as minhas preferidas e as que mais me inspiram. Como esta sobre a qual vou falar agora...
Em segundo lugar, quero expressar o meu desprezo pela subjugação ideológica: por alguém pertencer a esta ou aquela facção política, é suposto que pense desta ou daquela forma, o que acaba por retirar a pessoalidade das opiniões, que é coisa que muito prezo, tal como os meus leitores. Assim sendo, apesar de ser da Assumida Esquerda (que não se revê em nenhuma instituição partidária, note-se), vou agora manifestar-me e justificar-me contra o aborto, e não a favor do mesmo, como é comum que se faça no "meu" quadrante ideológico. Introduções à parte, começarei.
Se há coisa que não percebo é porque é que as mulheres tomaram o aborto como fazendo parte dos direitos da mulher... Não me interpretem mal, por favor, eu sou o mais a favor possível da mais estricta igualdade entre sexos; não obstante, há aqui uma confusão, um erro de perspectiva que leva a que este assunto esteja a ser mal abordado. Na verdade, há vários erros de perspectiva... mas já lá vou! O primeiro é este mesmo: faz-se a confusão entre o embrião, ou o feto, e a mulher. Se temos aqui duas coisas distintas (feto e mulher) não percebo porque é que, quando convém, essas duas coisas se juntam. É verdade que existe uma simbiose biológica, que ambos os corpos estão ligados, mas existe uma diferenciação de identidades que é também biológica: não se pode falar num corpo só quando existem dois códigos genéticos (fora os casos de quimerismo humano, mas deixem isso para outra altura, por favor)! Mas não, quando se fala em aborto, o feto é a mulher, é apenas mais um apêndice seu... de onde saiu esta ideia, desconheço. Como é que se propagou, espanta-me...
O segundo erro de perspectiva, lamento informar, parte deste. Não se reconhece individualidade ética ao feto. É tão simples quanto isso - já que faz parte da mulher, não tem direito a ser reconhecido como um ser separado, diferente da mulher. E, para cúmulo, vêm os médicos (e não só) provar que o feto, apesar de ter sensibilidade a partir de dada altura, não tem consciência, e que portanto se pode fazer o que quiser. Muito honestamente, ouvir isto dá-me a volta ao estômago... O embrião, nem que tenha duas células apenas, é aquilo que todos nós somos: um ser, uma potencialidade. O ser humano nunca termina o seu desenvolvimento interior, e um embrião está apenas muito distante do nosso estádio de desenvolvimento tanto física como intelectualmente, mas nem por isso se lhe deve conferir menos peso ético! Seria o mesmo que dizer que uma criança vale menos do que um adulto, ou do que um idoso. Toda a vida humana deve ter um peso semelhante. Todos nós somos projectos daquilo que podemos ser, e o embrião, a partir do momento em que tenha um código genético (e um útero para se desenvolver) é um humano, é uma pessoa, e deve ser tratado como tal. Temo que a posição normalmente tomada, de nulidade ética do embrião, advém (para grande vergonha minha como ser humano) da máxima "Longe da vista, longe do coração". Aquilo que não vemos directamente não nos afecta tanto ao nível emocional; ora, como a maior parte das pessoas não se dá ao trabalho de usar a massa cinzenta, deixam-se ficar por aí (para provar isto, refiro-me a uma mulher que ia abortar e que dizia que lhe custava mais dar o filho para adopção do que abortá-lo; o que é interessante é que isto leva a pensar que o aborto é um caso de egoísmo puro). Porém, este é um caso em que se deve abordar o assunto de forma intelectual, filosófica mesmo, considerando como pessoa aquele ser, ao invés de o desprezar e de o considerar uma nulidade. Seja isto com mais ou menos de X semanas...
Daqui se depreende que, tratando o feto como ele merece, o aborto não passa de assassinato premeditado. Mas há quem queira deixar nas mãos da mãe e só da mãe a decisão de vida e de morte de uma pessoa! Até mesmo nos países mais bárbaros em que a pena de morte é rainha (como em alguns estados dos E.U.A.) existe um painel de jurados, existe um julgamento e provas a serem apresentadas antes de se executar alguém (e não vou falar dos países ainda mais bárbaros, estou só a aproveitar para dar "descasca" nos E.U.A.). Não é feita execução sumária! Ser contra a pena de morte e a favor do aborto (ou da sua legalização, já agora) é absolutamente insustentável do ponto de vista argumentativo!
Em relação aos que são contra o aborto, mas a favor da sua legalização eu digo apenas - queremos ser realmente coniventes com tal acto, queremos ser assim tão hipócritas? Respondem-me que mais vale isso do que mulheres e crianças morrerem por causa de abortos ilegais... e eu posso contra-argumentar dizendo que há solução melhor. Se o Estado se resolvesse a melhorar substancialmente o serviço de adopções e a conceder mais subsídios para esse mesmo fim, o problema diminuiria. Sim, porque por muito ridículo que seja, a principal preocupação das mães que não o querem ser é como vão cuidar da criança, e não simplesmente o ter a criança. Respondem-me que mais vale o aborto que a vida com falta de condições... E eu, horrorizado, respondo: "mas quem somos nós para dizer isso, acaso temos o poder moral de decidir por outrém se a sua morte é melhor que qualquer tipo de vida que seja?" Afinal de contas, vemos tantos desalojados, drogados, famintos e outros que tais... se realmente fosse verdade que toda a gente considera que mais vale morrer do que viver mal, todas essas pessoas se teriam suicidado! Temos que deixar ao próprio o direito de viver e depois decidir por si próprio se prefere viver ou morrer! Não somos deuses para tomar tais decisões!! A vida tem o valor que tem, e a nível subjectivo tem o valor que lhe atribuímos pessoalmente. Se o feto não o pode fazer, esperemos até que possa realmente decidir por si mesmo.
Acusam-me de ser simplista na forma como abordo a questão, mas ainda ontem vi uma activista pró-aborto a dizer à televisão que o aborto era como cortar as unhas... Isto repugna-me! Matar alguém é igual a cortar as unhas?! Em que planeta? Só se for na cabeça do Bush - esse deve concordar...
Deixem estar a lei como está, e mesmo assim deveria talvez ser modificada para obrigar à consulta de psicólogo para discutir a questão... É o Estado que tem a culpa de não fornecer os meios para o apoio aos desfavorecidos. Se isso for reconhecido, escusamos de andar a matar desnecessariamente.

Prometeu