domingo, julho 18, 2004

Eloigné... mais pas beaucoup!

Sim, tenho andado afastado da vida política portuguesa... ou seja, da televisão, por razões de falta de tempo. Bom, se eu quero ser mais específico, é mesmo por preguiça. É triste ver que as coisas se arrastam de uma forma tão penosa e que tudo tem uma importância relativa - relativa às audiências.
Senão, vejamos. O famoso caso da Casa Pia e outros processos de pedofilia que tais fizeram manchetes e aberturas de telejornal durante tanto tempo que quase que não existia nada realmente novo para contar. O problema é que quando não havia mais nada para continuar... eles continuaram! Mas depois, como já andava tudo farto, veio o futebol... E como isso durou pouco tempo, veio a política. Tudo isso é uma forma de entreter as pessoas. Até mesmo quando se chama a atenção para os problemas políticos, a sociedade parece entupida por uma espécie de inércia horrível, que impede quaisquer movimentos.
No momento em que o principal Partido da oposição está a entrar numa fase não muito boa (que se segue a uma fase ainda pior!) e em que o governo da nação está a ser levado de forma quase feudal (pelo menos está lá o princípio de nomear um sucessor), Portugal insiste em ser aquilo que é mais simples. Ou seja, ser apático. Numa época tão propícia para que os ânimos se exaltem, para que as pessoas demonstrem que ainda estão politicamente vivas, o que acontece é um grande e embrutecedor nada! Eu só peço umas coisinhas simples: menos moderação, por favor. Já chega de paninhos quentes, já chega de não fazer aquilo que tem de ser feito. A realidade que se encontra à nossa frente tem de ser vista de um prisma que conduza à acção.
Façam como eu (Prometeu) faço, ajudem a espalhar a luz de um conhecimento que exceda aquela "paz d'alma" a que este povo está habituado. Será que a coragem morreu no fim dos Descobrimentos?
Bom, não quero entrar em diatribes saudosistas, das quais nem sequer gosto muito, porque acabo sempre envergonhado com a história deste país, mas quero lembrar que as coisas que fazemos têm sempre uma repercussão, e que não fazer é uma forma negativa de fazer. O que significa que não fazer também tem consequências, que aqueles que procuram o alheamento estão também a filiar-se a uma forma de agir e de pensar, e que portanto são imputáveis no cômputo geral.

Prometeu