domingo, julho 04, 2004

O fim do Euro2004 - Já não era sem tempo! Que enjoo!

Ora bem... Acabou o Euro2004. Chegou a altura de fazer o balanço desta temporada... O total é de um grande desperdício monetário (se vai ter ou não impacto positivo na indústria do turismo pouco me interessa - não estou no ramo!) Mas isso é já um lugar-comum que foi espremido ad nauseum. Portanto vou fazer uma coisa ligeiramente mais construtiva, que é debruçar-me sobre os males desse desporto.
Para que serve o futebol? Para entretenimento. Pois, mas o que quer isso dizer? Bem, para perceber melhor, talvez seja melhor recorrer à História, à velha fórmula "pão e circo" praticada na Antiga Roma. Basta pegar nesse modelo e adaptá-lo à realidade dos nossos dias: os Coliseus com gladiadores foram substituídos por jogadores a correr. E, portanto, o povo continua ignorante do que se passa à sua volta, continua mergulhado no estupor que os nacionalismos ou regionalismos provocam. Estupor esse que é mental, porque o corpo está bem activo, basta olhar para toda aquela comoção nos estádios. O problema é que esse mesmo estupor mental é ainda mais perigoso do que qualquer outro.
Esta nova versão do ópio do Povo prova ser a mais perigosa delas todas, não só pela alienação negativa que provoca, como também pelo facto de provocar comportamentos que são absolutamente contraditórios a tudo aquilo que a pessoa pode almejar realmente.
A verdade é que os adeptos gastam imenso dinheiro a ver jogos quando dizem que têm pouco dinheiro, apoiando a desigual distribuição do capital quando se manifestam por igualdade social... São capazes de aplaudir homens que ganham fortunas, mas que, em boa verdade, são uns inúteis!! Não fazem nada de proveitoso para a sociedade!
Mais uma vez o poder capitalista mostra como consegue tão bem manipular os pobres e incautos humanos que, também por sua própria culpa, caem no esquecimento. Num auto-esquecimento: esquecem-se de quem são para dar a outros a vida de sonho que querem para si; projectam a sua vida nesses poucos, nessas pessoas absolutamente indescritíveis do ponto de vista dos valores pessoais. É claro que ainda há uns quantos que se decidem a armar-se em patronos... só para enganar os tolos, certamente! Dão uma minúscula fracção do que têm (e que não necessitam) para fazerem de conta que são modelos de virtude!
Quando acabará a era dos mentecaptos inúteis? Nunca, aparentemente, já que cada vez que um género desaparece, outro volta...

Prometeu