terça-feira, outubro 12, 2004

"Barril de Brent passa barreira dos 50 dólares"

Jornal de Notícias: "Barril de Brent passa barreira dos 50 dólares"

Pois é... O barril de crude passou já os 51 dólares, até! Ora, isto é uma coisa muito má, porque vemos o valor dos títulos de transporte sempre a aumentar, certo? Bem, sim, mas resposta incompleta... Não é só isso que é afectado. Aliás, se isto continua assim, o nosso querido Santana pode dizer adeus à retoma, e ao que quer que seja. Não sou de todo letrado em economia, mas percebo o suficiente para escrever este post. O que temos aqui faz lembrar um período da economia em que se deu a estagflação (quando os países islâmicos começaram a usar o petróleo como arma política, lembram-se?... quando esta história toda começou!). Normalmente, numa crise capitalista "standard", o que acontece é um excesso de produção gerada por um mau cálculo das capacidades de absorção do mercado, que leva a um acumular de stocks, baixa de preços, despedimentos, destruição de stocks e uma data de dores de cabeça por aí adiante. O que me interessa aqui salientar é a descida dos preços... a descida tão brutal dos preços que são obrigados a destruir stocks para evitar uma queda absoluta dos preços!

Porém, nos períodos da estagflação, e não estamos muito longe de um período económico semelhante, a estagnação da produção (que também se verifica no exemplo acima, é por isso que há despedimentos ... isto faz lembrar alguma coisa, esta palavra? ...) é acompanhada por um aumento dos preços. Ora, chatice das chatices! Então temos: uma data de gente a ir parar à rua, a produção a diminuir em flecha, e os preços a subir! (Mais uma vez... o que é que isto faz lembrar, gente?) E isso porquê? Bem, por uma coisa muito simples - o preço do petróleo, que funciona não só para pagar os meios de transporte mas também os próprios meios de produção, aumenta, aumentando portanto o custo de produção. Ora, custo de produção mais alto é igual a preço de venda mais alto. Mas para controlar os custos, são obrigados a despedir pessoas. Portanto, temos menos pessoas com capacidade de consumir, que são obrigadas a comprar produtos mais caros - até poderem... - e que, por não terem dinheiro, não podem consumir e não podem reactivar a circulação de capital. As empresas, tristes porque não têm ninguém que compre e têm um balúrdio a pagar em despesas, despedem mais pessoas, diminuindo assim as próprias probabilidades de lucro. Alguém se importa se eu chamar a isto um funcionamento auto-destrutivo? É claro que não preciso de continuar para os meus sapientes leitores verem que isto conduz à desgraça, pois não?

Como vivemos num sistema capitalista, a única maneirazinha santa de sair desta porcaria é mesmo o auxílio do nosso grande amigo, o Estado!! E quem é que temos à frente do nosso grandioso Estado, para nos ajudar?! O nosso ainda maior amigo, o Santana!! Façamos todos uma festa! ...De despedida, claro... E não se esqueçam de pôr a tocar a "Marcha Fúnebre" de Chopin!

Se algum leitor economista quiser adendar, por favor faça-o para informação de todos. Pode ser que a nossa ruína esteja mais longe... Ups, esqueci-me que nós já estamos arruinados! Ora bolas...

Bom, agora passando ao último tema... De quem é a culpa? Bom, o artigo identifica algumas possíveis fontes... Mas será que, com um pouco de esforço não nos conseguimos lembrar de mais um palhaço que tem andado a mexer no ouro negro? Só mais um... e com ele mais de uma centena de países, claro! Desculpem lá mas... ASSIM NÃO DÁ!!!

Prometeu